A Solução para a flutuabilidade dos Micros
Três barcos (Segredo, Curumin e Mitocondria), recentemente reformados, relaminaram os seus estanques eliminando todos possíveis pontos em que a água possa vazar, inclusive ferragens e luzes de navegação. Com arranjos diferentes cada um instalou "tampas de inspeção".
Os três também laminaram as tampas das camas transformando todo fundo em um terceiro estanque.
Neste sábado (16/4/05), graças a disposição e ao trabalho dos irmãos Marcos e Cassio Ashauer, tivemos a oportunidade de testar esta solução para a flutuabilidade do Microtonner MT19 na prática.
O Mitocondria BRA57, foi virado com a bolina na posição levantada até o deck (trava) de forma a que a água invadisse a cabine. Deixamos a água entrar até que o barco estabilizasse. Neste ponto já foi observada uma diferença em relação ao volume de água que entrou em comparação com barcos "normais". Mesmo virado o Mitocondria ficou com praticamente um lado todo fora da água.
Em seguida, com um tripulante sobre a bolina o barco foi facilmente desvirado e a bolina baixada até o batente.
Com a proa mais alta do que a popa (!) o Mitocondria flutuou com cerca de dois palmos de borda livre, numa condição que permite reboque e permitiu que dois tripulantes trabalhassem com os baldes para esgotar a água que ficou no interior da cabine. Aliás, quando o barco foi desvirado o nível da água no interior chegou a cerca de um palmo acima do nível das camas, muito menor do que se tem observado em barcos que tem somente o isopor nos compartimentos de proa e popa.
Com este resultado, considero que esta solução é a melhor que se encontrou até aqui para assegurar a flutuabilidade do Microtonner.
Detalhe para quem acha que esta solução "pesa muito": o Mitocondria pesou 551kg, sendo o barco mais leve da flotilha paulista, na medição feita em todos barcos que participarão do campeonato paulista (21 a 24/abril).
Assim o Microtonner não afunda mais !
6 Comments:
Sem dúvida uma grande ajuda dos irmãos Ashauer, que tiraram a dúvida de muitos, que do lado de fora observavam a manobra.
Recebi o seguinte comentário, do Bruno Caruso, sobre a manutenção que foi feita no Segredo:
"....quanto ao custo, acho que quem quiser fazer vai gastar entre R$ 2.000,00 e R$ 4.000,00, só para os estanques."
...mais informações sobre estanques, estas fornecidas pelo Cassio Ashauer (Mitocondria BRA57)
"O custo foi relativamente baixo porque nós trabalhamos direto com o Clemilton (CCC), orientando cada etapa, mas a conta seria mais ou menos assim:
1) retirada dos paineiros originais (os nossos pesavam 33kg)
2) lixação do casco aberto, que é infinitamente mais fácil e eficaz (pesamos 21kg, fora o que se perdeu)
3) marcação da linha de referência para os novos beliches
4) laminação das placas de espuma a serem usadas na reconstrução
5) recorte e colocação das placas com vaus nas emendas para sustentação do beliche
6) pintura do interior com tinta Poliuretano de dois componentes
Mão de obra: R$1500
Material qtds aproximadas (uma parte disso se perde no processo):
- 7m de placas de espuma de célula fechada
- 20kg de resina ortoftálica (com retardante+ catalisador, parafina, monômero de estireno, etc...)
- 1kg de gel coat
- 1kg de microesfera
- 10 kg de manta para laminação
- 6kg de tecido para laminação
- 1 galão de tinta PU
Compramos direto do fabricante e saiu aproximadamente R$500,00
Evidentemente, o custo pode variar, dependendo dos materiais, do tipo de espuma, etc..O custo da mão de obra também. Somente fechar as aberturas do paineiro original é bem mais simples e barato, embora do ponto de vista de peso deva acrescentar uns 8 a 10kg. No nosso caso, a antepara da proa estava podre e foi substituída. Os paineiros originais são porcamente laminados e podem apresentar vazamentos. Gosto de trabalhar com o Clemilton porque ele conhece laminação, e é aberto a seguir as nossas orientações.
Teremos prazer em apresentar o projeto em detalhes aos amigos interessados, inclusive aperfeiçoando a técnica e corrigindo pequenos detalhes, ok??
Cassio"
Abs,
Mais alguns comentários do Cassio Ashauer sobre o resultado do teste de flutuabilidade do Mitocondria:
"Últimos comentários:
(a) no estanque principal entraram mais ou menos um balde (8lts) de água durante o experimento e estimamos que tenha sido pelas 2 tampas de inspeção. No estanque de popa, que não tinha tampa não entrou absolutamente nada de água suspeitamos da qualidade da tampa (comprada na Regatta por uma baba...), vamos trata-las com teflon e vaselina;
(b) os “buraquinhos” da popa não dão vazão à água retirada por dois tripulantes usando baldes pequenos (8lts cada) – há que se aumenta-los
(c) recomendo aos amigos em dúvida que ao menos refaçam a vedação das tampas com Sikaflex para assegurar que não entrará água nos estanques originais. As tampas originais são vedadas com uma borracha e alguns têm carpete entre a tampa e a antepara os pontos de luz e passagem de fios também são foco de vazamentos. Tiramos os nossos.
Convido os amigos que estejam em dúvida para visitarem o barco!
Abs,
Cassio
"
Vide imagens com detalhes dos estanques do Segredo BRA30, concebidos pelo colega Bruno Caruso. Postadas em 25/4.
Com esta solução a flutuabilidade sem dúvida foi resolvida.
Mas não existe condição teórica de que com o barco totalmente de ponta cabeça e com a bolina deslizada para cima em relação ao barco(entenda-se para baixo em relação à água, pois o barco está de ponta cabeça) e com o centro de flutuabilidade embaixo em relação ao barco(entenda-se encima em relação a água, com o barco de ponta cabeça) seja possivel desvirar.
Julio
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