segunda-feira, abril 16, 2007

Fevesp, Súmulas e Inscrições

Posicionamento da Classe com relação as regras para inscrição de barcos e tripulações nos eventos da Fevesp.

Caros colegas, gostaria de convidar a todos para um debate a respeito das regras que a Fevesp está fazendo valer para a regular inscrição de barcos nos seus eventos.

As regras em si não são novas. Todos tripulantes de qualquer barco que pretenda participar de qualquer regata do calendário devem estar em dia com a Federação e devem se inscrever de acordo com as instruções e/ou aviso de regata do evento.

Sem querer discutir a validade da aplicação destas regras, acredito que é necessário que seja definida uma posição da classe em relação a mudança relativa a “não aplicação” prática destas regras dos últimos anos.

Gostaria de tomar a recente Taça Avary/CCSP como exemplo. Tivemos 7 regatas em dois finais de semana, com a participação de um total de 18 barcos da classe Microtonner. Não sei precisar quantos se inscreveram mas posso garantir que foram mais do que os 3 que foram registrados na súmula parcial que recebemos da Fevesp após o primeiro final de semana. A alegação da Fevesp é de que os que se inscreveram e não apareceram na súmula não tinham toda sua tripulação devidamente em dia com o pagamento da taxa da federação.
Os organizadores não aceitaram pedidos de protesto porque os barcos protestados nem estavam inscritos!
A entrega de prêmios, com jantar e bebida livre, patrocinada pelo CCSP, teve uma presença ínfima, inclusive da nossa flotilha. A ausência de grande parte dos participantes certamente não estimula os clubes a organizarem eventos de confraternização que, na minha opinião, são uma parte fundamental da prática de qualquer modalidade desportiva.

Entendo que dois pontos são básicos nesta questão se quisermos ter eventos justos e competitivos, com participação de um número representativo dos membros da Classe:
1. Qualquer regra que seja aplicada deve ser efetivamente seguida por todos.
2. Se as regras não forem aceitas pela maioria não teremos como manter um numero representativo de barcos na raia.
Se as regras não forem seguidas efetivamente, sem jogadas ou “faz de conta”, não teremos as regatas justas que condicionam a participação de todos em igualdade de condições.
Por outro lado se as regras não puderem ser praticadas pela maioria não haverá sentido em aplicá-las. Por isto acredito que devemos tomar uma posição de consenso e levá-la à Fevesp.
Ou a coisa é 100% "na regra" ou não teremos condição de aplicar nenhuma regra e será melhor passar a fazer somente “peguinhas de fim de semana”.

Se a Fevesp não tiver seu cadastro de federados sob controle e não impuser rigor na checagem dos tripulantes que estão disputando as regatas em relação aos que estão inscritos, estaremos estimulando a bagunça geral.

Temos que achar uma solução que inclua todos que queiram praticar o esporte seriamente.

Pessoalmente não acredito que as condições propostas pela Fevesp sejam viáveis. Qualquer barco com tripulantes tem enormes dificuldades de se manter ativo com uma única tripulação. Tambem é dificil, no inicio da temporada, garantir que uma determinada tripulação irá disputar os campeonatos Paulista e Brasileiro. Dentro da realidade financeira da maioria dos membros da classe não é viável “federar” todos tripulantes que viabilizem a participação de um determinado barco em todas regatas da temporada. A cobrança das taxas dos próprios tripulantes “eventuais” também não é viável e em nada estimula a formação de novos praticantes do nosso esporte.

Minha sugestão, como contribuição ao debate, é a seguinte:

- O timoneiro tem que estar federado desde o inicio da temporada
- Os proeiros "titulares" em campeonatos paulistas e brasileiros tem que estar federados na ocasião destes campeonatos. A Federação poderia aceitar o pagamento correspondente a todos tripulantes no inicio do ano deixando a confirmação dos nomes para a inscrição do campeonato Paulista.
- Os barcos podem ser tripulados por não federados nos demais eventos, sem taxação adicional, a não ser para participação em eventos "extra água" (jantares, festas, premiações...) que sejam promovidos pelos respectivos organizadores.
- A Fevesp deveria publicar a relação de barcos e tripulantes “regularizados” de todas as classes
- Os organizadores de regatas deveriam condicionar a inscrição e a participação a barcos e tripulantes “regularizados”- A juria deveria receber a relação de barcos inscritos para que os irregulares possam ser avisados e não receber “chegada”.
- Os organizadores deveriam publicar/divulgar a relação de barcos e tripulantes inscritos para que os mesmos possam fiscalizar a regularidade dos demais, e também, levar esta informação em consideração no tocante a direitos de passagem durante as regatas (lembro que barcos não inscritos devem se manter afastados e não tem direito de passagem em relação aos barcos que disputam regularmente as regatas)

Desta forma a Fevesp arrecada 100% das taxas de federação dos tripulantes de cada classe, no cálculo "número de barcos ativos x número de tripulantes" e teremos mais barcos ativos pela maior facilidade de contar com tripulantes e com um custo de somente uma tripulação completa.
Conto com a colaboração e as sugestões de todos para que o assunto tenha uma solução efetiva e viável. Sintam se a vontade para registrar seus comentários pelo link "comments" abaixo

Rolf /BRA12-Special

6 Comments:

At 4/16/2007 7:20 PM, Anonymous Anônimo said...

Segue minha opinião. Coloquei as sugestões originais com números e inseri meus comentários em maiúsculas após cada item. Abs, Rafael Federici ("Cibele").

(1) O timoneiro tem que estar federado desde o inicio da temporada

(CONCORDO, DESDE QUE O TIMONEIRO POSSA REGULARIZAR SUA SITUAÇÃO A QUALQUER TEMPO, E NÃO APENAS NO ÍNICIO DA TEMPORADA.)

(2) Os proeiros "titulares" em campeonatos paulistas e brasileiros tem que estar federados na ocasião destes campeonatos. A Federação poderia aceitar o pagamento correspondente a todos tripulantes no inicio do ano deixando a confirmação dos nomes para a inscrição do campeonato Paulista.

(OK, CONCORDO E AINDA PENSO QUE ESSE PAGAMENTO GENÉRICO PARA OS TRIPULANTES DEVE APROVEITAR PARA TODO O ANO E PARA TODAS AS REGATAS, PARA NÃO HAVER TAXAÇÃO ADICIONAL DA FEVESP, CONFORME ITEM 3 ABAIXO. ALÉM DISSO PENSO QUE DEVE HAVER A POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DAS TRIPULAÇÕES, SEM NECESSIDADE DE RECOLHIMENTO DE NOVA TAXA.)

(3) Os barcos podem ser tripulados por não federados nos demais eventos, sem taxação adicional, a não ser para participação em eventos "extra água" (jantares, festas, premiações...) que sejam promovidos pelos respectivos organizadores.

(SE A TAXA FOR DO CLUBE ORGANIZADOR, OK, MAS SE FOR DA FEVESP EU NÃO CONCORDO, POIS ELA JÁ TERIA RECEBIDO A TAXA INICIAL DESCRITA NO ITEM 2 ACIMA. DE QUALQUER FORMA, PENSO QUE O IDEAL É O CLUBE COBRAR APENAS A TAXA DE INSCRIÇÃO DA REGATA, POR BARCO.)

(4) A Fevesp deveria publicar a relação de barcos e tripulantes “regularizados” de todas as classes

(OK, CONCORDO, EXCETO QUANTO AOS TRIPULANTES, POIS ELES PODEM MUDAR AO LONGO DO ANO, CONFORME SUGESTÃO AO ITEM 2 ACIMA)

(5) Os organizadores de regatas deveriam condicionar a inscrição e a participação a barcos e tripulantes “regularizados”- A juria deveria receber a relação de barcos inscritos para que os irregulares possam ser avisados e não receber “chegada”.

(CONCORDO APENAS PARA CAMPEONATOS PAULISTAS E BRASILEIROS. NAS DEMAIS REGATAS, ISSO SÓ DEVERIA SER APLICADO AO TIMONEIRO NÃO FEDERADO. OU SEJA, SE O TIMONEIRO FOR FEDERADO, MAS OS TRIPULANTES NÃO, ENTÃO ESSA REGRA NÃO DEVERIA SER APLICADA)

(6) Os organizadores deveriam publicar/divulgar a relação de barcos e tripulantes inscritos para que os mesmos possam fiscalizar a regularidade dos demais, e também, levar esta informação em consideração no tocante a direitos de passagem durante as regatas (lembro que barcos não inscritos devem se manter afastados e não tem direito de passagem em relação aos barcos que disputam regularmente as regatas)

(OK, CONCORDO)

 
At 4/17/2007 9:07 AM, Blogger Rolf Bremer said...

Caro Rafael,

Grato pela colaboração.

Entendo que seus comentários estão alinhados com minha sugestão.

Cada barco deve federar uma tripulação para poder disputar as regatas do calendário. Para flexibilidade na logistica de proeiros estes devem ser nomeados somente para os campeonatos paulistas e brasileiros, permitindo que outros proeiros possam ser normalmente inscritos nas demais regatas, sem custo adicional. Para que os organizadores e os participantes de todas regatas possam desenvolver seus papeis adequadamente é fundamental que as inscrições sejam feitas corretamente, antes do inicio dos eventos, e a lista de inscritos seja divulgada.

 
At 4/18/2007 9:03 AM, Anonymous Anônimo said...

Rolf,

Li tudo e concordo plenamente com seus argumentos.

Tem uma agravante ao não julgar protestos de barcos não oficialmente na regata, que é dos danos materiais não serem teóricos ou extra-oficiais!

Para mim, na água deve ser igual a no papel, para velejadores e Federação.

Ainda, meio compromisso com meia responsabilidade leva a bagunça e abandono do esporte. Quero dizer que, ou existe compromisso de velejadores E DE Federação para cumprir mesmas regras na água e no papel (que beneficiem o esporte) e também responsabilidade MÚTUA na água e no papel, OU vamos à anarquia na água e no papel!

Abraços,

Artur, proeiro federado e indignado.

 
At 4/18/2007 12:16 PM, Blogger Paulo Picchetti said...

Concordo com as sugestões do Rolf e do Rafael, na linha de evitar a bagunça completa mas mantendo uma flexibilidade que possibilite a participação de um número maior de barcos nas regatas em geral. No caso da Avary, eu acabei não me inscrevendo já que meu tripulante no primeiro fim-de-semana ainda não estava em dia com a FEVESP, e eu sabia que meu barco acabaria fora da súmula. Hoje a tripulação já está regularizada, mas sem dúvida essa solução foi ruim, já que ficamos sem a súmula (verdadeira) do que foi a melhor série de regatas dos últimos meses. Além disso, houve um protesto contra meu barco na última regata que não pode ser feito oficialmente, o que também é ruim. Tudo isso poderia ter sido contornado com um pouco mais de flexibilidade na hora da inscrição, o que aumentaria a boa vontade geral para fazer tudo corretamente.
Agora, nós sabemos que um grande problema é a contrapartida da FEVESP a essa boa vontade potencial por parte dos velejadores. No Paulista do ano passado, por exemplo, nunca chegamos a ter uma súmula definitiva com o resultado do campeonato. Um dia antes da cerimônia de premiação eu telefonei para saber se haveria prêmios para a classe B, e eles não sabiam dizer...
O momento é propício para tentarmos definir essas regras e conversar com a Federação. A classe está mais animada que no ano passado e o Campeonato Paulista já é no próximo mês. Abraços a todos.

 
At 4/30/2007 11:00 AM, Blogger Unknown said...

Olá, não vivo essa situação, pois velejo no RS, e a nossa é a FEVERS, contudo a coisa é semelhante aqui. O grande problema esta na exigência da anuidade da Federação que não dá nada em contra-partida a seus filiados e isso gera o descontentamento pra quem esta nela e falta de interesse para quem vai ingressar. Quanto as regars devemos adotas as da ISAF e classe, não podemos afastarnos disso, ou então uma cartilha nova apenas pra classe MT19.Há pouco tempo atuando em um campeonato sul-americano, como juiz, que sou, passamos por um caso particular, onde parte dos inscritos não estavam em dia com a federação e foi resolvido da seguinte forma, há que estar em dia com a respectiva classe, não podendo frustar o velejador de participar do campeonato por não estar em dia com sua federação, em caso de campeonatos internacionais. Quero deixar claro que a exigência da anuidade da federação ppode servir para fortalecer a instituição, porém não pode barrar o ingresso de velejadores nas raias, mesmo porque está em número reduzido.

Outro ponto que gostaria de saber é quanto a regra da classe em que trata do cabo do guarda-mancebo. Há alguma medida máxima de elasticidade ou a própria necessidade de haver? Na classe internacional há fitas de escora pra poder fazer borda mais pra fora, isso é possível na classe nacional?

Já ficou decidido onde será o Brasileiro deste ano?
Abraço e bons ventos

 
At 4/30/2007 2:07 PM, Blogger Rolf Bremer said...

Caro "Kon",

Grato pelos seus comentários sobre o polêmico assunto das taxas.

A regra internacional, para a divisão Racer, na qual o nosso Micro MT19 se enquadra, obriga a existência dos "guarda-mancebos", e a regra geral brasileira não permite "alterações em relação ao original de fábrica". Pela fragilidade da construção dos guarda-mancebos originais, alguns colegas reforçaram/trocaram algumas peças, para permitir a escora e outros "afrouxaram ou trocaram" as fitas para que não atrapalhem. Este é um dos diversos pontos para os quais caberia uma regra mais clara do que pode e o que não pode.

O Brasileiro 2007 será disputado em São Paulo no feriado de 7 de setembro. A Flotilha da Guarapiranga esta trabalhando para que tenhamos um campeonato bem organizado, eventualmente com algumas facilidades para a vinda de barcos de outros estados.

 

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